quinta-feira, 19 de novembro de 2020

A Queda! E uma realidade a ser enfrentada.

 

E o Flamengo caiu no Morumbi. Caiu feio, caiu rude. Sem luta, sem garra, sem raça. Um verdadeiro VEXAME que fizeram aos olhos rubro-negros. Para aqueles que esperam a volta do futebol do Flamengo do Jorge Jesus (2019/2020) foi uma ducha de água fria no sebastianismo deles.

O fato é que o Flamengo jogou a temporada fora junto com Domenec Torrent (explico abaixo, pode respirar um pouco), e isso eu já havia escrito no twitter (@ZecaUrubuRei) a um tempo já:






Esses tweets foram após a primeira derrota para o São Paulo (aquele 4x1). E não, não estou dizendo que o trabalho do Domenec era ótimo, mas apenas que era bom diante toda a conjuntura e cenário deste ano louco.

Mas o Dome não se ajudou também ao insistir com Gustavo Henrique na zaga, mesmo com as repetidas falhas dele. Se enfraqueceu perante o grupo de jogadores, que segundo dizem, não eram fãs do sistema batizado de rodízio de jogadores, que percebendo a crescente reclamação de parte da torcida com o resultado do jogo do São Paulo deixaram de acreditar que o sistema do catalão era eficiente.

Dome caiu. Isso é fato consumado! Não tem volta. Mas ainda perdura uma certa soberba dos jogadores pelo que fizeram com JJ e que hoje sentam nesses resultados e pouco tem conseguido fazer pela equipe.

Veio Rogério Ceni (um técnico brasileiro promissor, mas ainda acredito que nenhum técnico brasileiro tem capacidade para fazer esse elenco do Flamengo jogar algo perto do que JJ fez, e tenho minhas dúvidas se conseguem fazer algo perto do que o Domenec fez - que não é muito) e reestabeleceu a "hierarquia" no elenco rubro-negro. Deixou de lado garotos da base que vinham bem, barrou-os para colocar os "graúdos". Talvez até na tentativa de dar responsabilidade aos que precisam se responsabilizar, pelo menos assim imaginei (mas já tenho mudado de opinião sobre isso, já explico).

O time apresentou até 45 minutos de algum bom futebol, mesmo o técnico tendo assumido a pouco mais de 24 horas, ou seja, ao menos para mim ficou claro, havia má vontade do elenco com as idéias do Dome. Nada emerge magicamente.

Mas ficou aí, nesses 45 minutos. Depois o Flamengo começou a reapresentar os problemas de antes no sistema defensivo e agora até na produção ofensiva (que não era problema antes) ficou deficitária, um verdadeiro "arame liso", como batizou o jornalista Mauro Cezar (@maurocezar) na época do Zé Ricardo no Fla (e voltou a usar esse termo ontem após o vexame do Fla).

Culpa do Rogério Ceni então? Em parte sim (pois acho que está tentando não perder o grupo reestabelecendo a hierarquia que tem feito mal ao Flamengo), mas essa parte é muito pequena. Ceni apenas está colhendo os frutos plantados por uma diretoria que voltou a bajular jogadores, por jogadores que acham que ganharam tudo no clube, então nada mais tem a provar e que somem ao ter que dar explicações (exceção necessária a ser citada é o Gabigol), a ponto de após o vexame no Morumbi quem foi dar explicações foi o calouro entre os titulares, Matheuzinho (por isso ele está na foto dessa coluna hoje). Mesmo tendo os capitães Everton Ribeiro e Diego Alves em campo, mesmo tendo Gérson, Arão, Léo Pereira, Arrascaeta, Vitinho, Bruno Henrique, etc, quem foi falar foi o garoto recém subido da base. Esse é o elenco que joga seus jovens aos leões após entrarem em campo e jogarem 90 minutos como derrotados.

A torcida agora começa a falar em barca (citando Léo Pereira, Gustavo Henrique, Lincoln, Hugo, Vitinho, Michael, Arão, etc), mas o fato é que o Flamengo não abrirá mão de nenhum jogador por agora (é o que se espera, pelo menos), pois o prazo de inscrição no Brasileiro está encerrando essa semana e não tem como montar outro time agora. Vamos ir com esse elenco até o fim da temporada, um elenco que é muito bom, mas parece achar que ser bom basta para ganhar tudo na hora que quiser. Ou seja, a soberba está muito presente nele e isso tem estourado nos pés e mãos dos jogadores que não tem o mesmo sentimento de gratidão da torcida pelos títulos conquistados. Esse é o maior desafio do Ceni a frente do Flamengo nessa temporada, recuperar esse elenco, com um futebol que funcione e com a confiança que precisam para seguir em frente.

Perdemos o ano? Também não, mas precisamos mudar nossos parâmetros de análise. Primeira coisa é fazer o elenco entender que precisam sair desse torpor que estão com o time que eles foram e buscar a serem algo que consigam ser agora, pois ficou para trás o que fizeram. Segunda coisa a fazer é buscar os 45 pontos o mais rápido possível, não tá longe, mas não chegamos neles. Terceira, é tentar sobreviver na Libertadores. E quarta, após conseguir atingir os 45 pontos, observar o que ainda é possível alcançar. É calçar os sapatos da humildade, saber que 2019 ficou para trás e que este ano precisa ser jogado como os outros para não cagar com tudo.

Acredito em títulos? Não. Nem mesmo no singular. Agora é uma temporada de controle de danos, se algum título vier, será bônus. Se não fizer o controle de danos prejudica até mesmo a temporada seguinte. Isso se não afetar inclusive a única parte que tem funcionado bem temporada após temporada no Flamengo, a parte financeira, mas isso deixo para outra coluna.

Saudações Rubro-Negras!

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