segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Precisamos conversar sobre Diego Alves

 

Diego Alves é ídolo rubro-negro! Isso não está em discussão. Assim como Júlio César, Raul Plassmann, Catarelli, Zé Grandão e outros (até mesmo um que como goleiro fez muito pelo Flamengo, mas como pessoa fez por merecer tudo de ruim que colheu e vai colher ainda).

Mas a pergunta de agora é: O Flamengo deve renovar com ele, mesmo que isso signifique sair do controle financeiro que o Flamengo tem feito à anos para se recuperar como instituição? Sendo que uma renovação nos moldes solicitados pelo goleiro poderia ter um efeito cascata no elenco, com todos pedindo aumentos similares?

Claro que essa é uma pergunta para o departamento financeiro do clube e não aos torcedores, mas é necessário que o Flamengo não pode voltar as trevas de clube devedor e com nome sujo na praça, que nos deixou no quase ostracismo por décadas, com jogadores recusando-se a virem jogar no clube. Com diversas ações judiciais trabalhistas tomando conta do noticiário rubro-negro.

E aí faço a seguinte reflexão: A quem interessa o Flamengo nesse ostracismo?

Como já escrevi no início desta coluna, Diego Alves é ídolo, mas acredito que o Flamengo não deve se catapultar àqueles anos sombrios que não passaram a muito tempo atrás. É uma linha tênue que separa o clube da organização do clube bagunçado, com isso é necessário pulso firme para manter o clube minimamente organizado (ainda não somos completamente organizados). As gestões recentes ainda carecem de melhorias para evitar que o Flamengo retorne às sombras, se não tomar cuidado e deixar a soberba alastrar, é para lá que iremos voltar.

Outros torcedores (de outros times) sempre se referiram a nós (rubro-negros) como mulambos no tom mais pejorativo que podia-se ter, com o objetivo de dizer que não pertencemos à elite do futebol. A diferença que nós abraçamos e gostamos do termo mulambada, pois é algo que caracteriza o rubro-negro (a capacidade de se entender como maior que essas picuinhas e maior que eles todos). Mas nunca devemos esquecer que eles (todo o resto) querem o Flamengo nas trevas, afundado em dívidas, mau gerido, etc.

Por isso a reflexão acima: A quem interessa o Flamengo nesse ostracismo?

É nisso que se encaixa o título dessa coluna - Precisamos conversar sobre Diego Alves. 

Diego Alves tem seus serviços prestados à nação rubro-negra com êxito, mas eu detestaria ver ele preso e amarrado no Flamengo como ocorre com o Cássio no Corinthians. Lá, eles estão presos nos serviços prestados a anos passados pelo goleiro deles, mesmo que ele já demonstre à alguns anos que não tem condições de jogar em um time de elite. Não estou dizendo que Diego Alves tá no nível de atuação do Cássio hoje no Corinthians, mas seu nível está bem abaixo do demonstrado em 2019 e 2020 pré-pandemia. Eu até diria que ele está em um nível inferior ao de 2018 (nem pênalti tem pegado mais).

Ele ainda tem nome e condições de fazer um bom contrato (melhor que o Flamengo está oferecendo) em um clube médio na Europa, para até caminhar para a finalização de sua carreira de modo digno. Mas colocar o Flamengo em complicações financeiras, e depois cair mais ainda seu nível de atuação, em que ficará "preso" ao Flamengo como ocorre com o rival paulista, é algo que eu não gostaria de ver.

Mas há quem se interesse em ver o Flamengo no buraco, sabemos muito bem disso. Flamengo bem ou Flamengo mal a mídia ganha. Mas a mídia esportiva é essencialmente bairrista e não gosta de ver o Flamengo bem, aliás, adora ver ele muito mal.

Ou você acha que estão rendendo o assunto por que querem o melhor para o Flamengo? O Flamengo ganhou de 4 x 1 do Santos ontem (mesmo que tenha sido o Santos fraldinha e fosse obrigação do Fla golear) e só falam do processo de renovação e que a diretoria tem que renovar com o Diego Alves. Esse tem que renovar que está errado, pois não deve ser a qualquer custo. Se o Diego Alves aceitar a renovação nos moldes que estão oferecendo, ótimo, mas não pode renovar se for colocar em risco a austeridade financeira.

Repito: Diego Alves é ídolo! Mas tem deixado a desejar em campo, e renovar nos moldes que ele quer, no momento, é começar a jogar boa parte dos últimos 7 anos no lixo. Se renovar nos moldes propostos pelo clube, estará de boas.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Precisamos sair do jogo da 19ª rodada do Brasileiro

 

Esperei bastante para escrever essa coluna. Queria digerir mais uma eliminação em menos de 30 dias. Não é fácil ver um time que ganhou quase tudo que disputou ser dinamitado assim. O Flamengo volta a fazer papelão em competição Sul-Americana.

Não estou menosprezando o Racing, que é uma ótima equipe, e um dos grande argentinos (não é gigante como Boca e River, mas é sim grande). Mas o Racing tinha 6 (seis) desfalques em sua formação titular, mais de meio time. O Flamengo tem seus problemas também, mas tinha força quase máxima para esses jogos. Foi dominado no primeiro jogo, e foi arame liso no segundo. Não tem o que defender. Pelo cenário, era obrigação a classificação!

Porém, como eu escrevi acima, esperei digerir essa eliminação para escrever esta coluna. Busquei entender o que está havendo com o Flamengo (cheio de problemas internos na gestão do clube e futebol), e o que pode ser a causa dessa fase péssima, nos últimos 10 jogos, ganhamos 2, empatamos 4 e perdemos 4 (sendo 3 derrotas para o São Paulo).

Não é surpresa para quem me segue no twitter, ou então tenha lido as minhas colunas anteriores, que eu não era favorável a demitirem o técnico Domenec do time do Flamengo, ele tinha problemas em arrumar a defesa? Tinha. Mas vinha tirando mais dos jogadores em diversas dificuldades enfrentadas (sequência de jogos sem descanso devido, COVID-19, lesões dos principais jogadores, etc) do que eu via ser capaz algum técnico brasileiro fazer. Sabia que se o demitissem teriam que trazer um técnico brasileiro no momento agudo da temporada, e isso era por a perder a temporada inteira.

Demitiram o Dome e trouxeram Rogério Ceni, um técnico ainda em formação (assim como o Domenec), ou seja, outra aposta. Muitos argumentam que Ceni era o melhor que podíamos trazer. Até concordo com essa indagação, por isso mesmo era contra demitirem o catalão, pois o melhor que podíamos trazer não era garantia de melhora, aliás, era mais fácil que piorasse mesmo. Assim ocorreu. Mas demitiram o Dome (cometeram esse erro, na minha visão) e agora são águas passadas.

O que fazer agora? Demitir o Rogério Ceni? De maneira nenhuma! Como assim vamos demitir o melhor técnico brasileiro que poderíamos trazer? Vamos trazer quem? Não dá! Agora e apoiar e dar carta branca para o Rogério Ceni trabalhar o time (algo que deveriam ter feito com o Dome já, mas preferiram demitir e pagar para ver, estão vendo), afastar quem achar que deve, montar e treinar o time da maneira que acha que deve fazer. É o que falei a algumas colunas atrás: Flamengo precisa fazer um "controle de danos"! Se não corre risco de se perder na temporada e "cruzeirar".

O Flamengo parece que ainda está preso na primeira partida contra o São Paulo, pela 19ª rodada do Brasileirão 2020, no dia 01/11/2020. Por mais que o jogo contra o Internacional na 18ª rodada inicia essa fase de resultados ruins em sequência, jogamos bem lá (foi um jogão inclusive). Contra o São Paulo é quando o time parece ter perdido completamente a confiança, em que tudo começou a dar errado. Tomamos gols infantis em sequência, perdemos 2 pênaltis de forma infantil e o time começou a não acreditar mais ser capaz de reverter situações adversas. Desde então o time desliga assim que toma um gol.

O time que então era muito confiante (as vésperas do jogo contra o Internacional), virou um time desequilibrado tática, técnica e emocionalmente. Basta uma coisa dar errado que o time entra em parafuso. Virou um time muito frágil e sem confiança, e pior, sem capacidade de reação.

Contra o Athletico-PR (2º jogo da Copa do Brasil) fizemos 3 gols e tomamos 2 gols imbecis, mas ganhamos. Contra o Galo, uma sova que culminou no erro de demitirem o Dome. Contra o São Paulo (1º jogo da Copa do Brasil), bastou tomar um gol para o time desmoronar e se bagunçar completamente. Contra o Atlético-GO, fomos incapazes de ampliar o placar contra uma equipe fraca e quando tomamos o gol, nos perdemos em termos de organização e confiança (o gol perdido pelo Lincoln é um forte indicativo disso). Novamente contra o São Paulo, tivemos aquele domínio estilo arame liso (se agredir o adversário) e bastou tomar um gol para tudo ir para o brejo. Contra o Coritiba veio a falsa sensação de retomada, mas o gol sofrido no finalzinho deixou a marca para o time de sua fragilidade (se tivesse saído mais cedo, talvez complicasse no jogo). Então veio os 2 jogos contra o Racing. Mais uma vez a falta de confiança ficou latente. No primeiro jogo o Flamengo ainda conseguiu uma resposta rápida ao empatar, mas foi tão fortuito o gol que não trouxe confiança. No jogo em casa, o time continuou sem confiança. Tivemos Rodrigo Caio expulso e tomamos o gol na sequência. Virou o famoso desespero. O empate veio no sofrimento, mas não houve alívio ou confiança recuperada, mas sim uma extensão do sofrimento. Até o "pegador de pênaltis" virou o Muralha nessa hora. Parece que o time tem sofrido muito com o lado psicológico, como o Chatuba (@livinhojcs) já tem apontado a um tempo.

Então o que fica claro para mim é que o time parece não ter saído do jogo contra o São Paulo, pela 19ª rodada do BR2020. Alguém precisa dar um choque de realidade no time e fazê-los perceber que a partida acabou tem tempo (mais de 30 dias) e que o time tem capacidade até maior que o time que fez 10 jogos em 28 dias (até a 19ª rodada) com resultados impressionantes e bom futebol (sim, era bom! Não era padrão JJ, mas era bom!). 

Se não acordarem logo a temporada pode piorar ainda, pois é bom lembrar que ainda não temos 45 pontos e que ninguém nunca deu nada de graça para o Flamengo. Tudo foi conquistado dentro de campo.


O jogo da 19ª rodada acabou dia 01/11/2020!!! Acordem!!!

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

A quem devemos cobrar?

 

A Nação Rubro-Negra procura acreditar que o Flamengo pode ser hegemônico, que a qualidade do elenco atual é para uma nova hegemonia rubro-negra. E errada ela não está.

O elenco que o Flamengo tem hoje, por mais que tenhamos ressalvas e desesperos de ver alguns jogadores com o manto, é o melhor do Brasil. Mas não temos feito isso refletir em campo. Então o que está acontecendo de errado?

Alguns falarão que são determinados jogadores que estragam o time (tenho meus temores em alguns jogadores, que não irei tratar nessa coluna), outros falarão que é a pandemia, outros ainda argumentarão que são os técnicos que por aqui passam não chegam aos pés do Jorge Jesus, e mais alguns outros afirmarão que são os erros da atual diretoria. Quem está certo?

Estive pensando muito sobre isso nestes últimos dias, assisti o jogo de ida da Libertadores contra o Racing (jogo que tivemos muita sorte em não perder), e cheguei a conclusão que não há uma única causa ou um único culpado, é uma conjunção de fatores que se não for acompanhado de perto pela torcida pode colocar tudo que conquistamos nesses 8 anos a perder por pura soberba, e não falo dos títulos de 2019 pra cá.

A torcida não pode só cobrar o técnico ou os jogadores em campo, mas também todo corpo técnico e diretoria do Flamengo, como já mostrado na coluna do jornalista Mauro Cezar Pereira (@maurocezar), em janeiro desse ano, e na matéria do jornal O Globo, publicada à 6 dias atrás (19/11/2020). Tem muita coisa errada sendo feita dentro do clube, e parecem estar usando as recentes conquistas como cortina de fumaça para a torcida não reclamar. O torcedor do Flamengo precisa sempre verificar tudo com lupa no clube, seja ele sócio ou não, sócio-torcedor ou não.

Não podemos nos deixar embebedar pelas conquistas de 2019, que cada dia que passa parece muito mais que aconteceram ao acaso (uma conjunção de fatores que se reuniu e deu tudo certo) do que fruto de algum planejamento, e deixar de cobrar planejamento realístico e profissional de quem está a frente do Flamengo.

A torcida precisa amadurecer e entender que o time em campo é apenas uma parte da completude que é o Flamengo. No Flamengo, precisa ser cobrado em campo? Precisa! É necessário ser cobrado o seu treinador? Sim! Os jogadores precisam ser cobrados? Precisa! A diretoria tem que ser cobrada pelos gastos a frente do clube? É claro! A postura da diretoria frente ao incidente dos garotos do ninho foi correta? Óbvio que não! Então tem que ser cobrada por isso? Claro!

Cobrar somente o técnico, os jogadores e o time em campo é muito pouco. Os dirigentes tem que ter a ciência que não é só de títulos que a torcida precisa. Ela necessita de um clube bem gerido, pois o time em campo é a razão de alegria, mas a marca Flamengo é a razão de orgulho da Nação. Manchar isso é condenável! A torcida precisa cobrar a diretoria por um clube financeiramente responsável, que acolhe seus torcedores, com responsabilidade social, que tenha um time e elenco que encante, um clube que siga as normas trabalhistas e que trate as pessoas com humanidade que uma Nação necessita.

Não é perseguindo opositores, como o Rodrigo Rötzsch (@rodrigorotzsch) e o ex-presidente Eduardo Bandeira de Melo (@mello_bandeira), que atingirá êxito administrativo, social e esportivo.

Parabéns pelas conquistas, mas o Flamengo é bem mais que só conquistas!

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Na busca pelo Tri, com o Bi na memória.

 

Hoje é aniversário do Bicampeonato da Libertadores da América do Flamengo. De dois dos títulos mais importantes da história do clube. Em 23/11/1981 o Flamengo de Zico, Andrade, Adílio, Júnior, Leandro e companhia (um verdadeiro esquadrão) conquistava a América pela primeira vez, após vencer o 3º jogo da final contra o desleal Cobreloa (em uma época que ganhar Libertadores era preciso suar sangue, literalmente).

Este colunista que vos escreve não tem lembranças deste maravilhoso título, pois nasci em 1981. Mas nunca deixei de ouvir, ler e sentir as emoções de meus amigos e colegas rubro-negro que viveram esse dia épico, assim como descreveu bem a Lilian Porto (@LilianPorto6) em seu duplo relato no twitter hoje (link da thread dela é só clicar aqui).

Os rubro-negros que até o ano passado não tinham vivido aquele dia épico de 1981 esperaram por suas vidas até o aniversário de 38 anos da conquista (23/11/2019), para, aí sim, comemorar o aniversário com uma festa que tomou a Nação Rubro-Negra a partir dos 87 minutos do jogo e completou a catarse coletiva com o segundo gol do Gabigol, aos 92 minutos. "Épico, memorável, o maior momento da história do Flamengo" é a narração que mais retrata essa catarse rubro-negra, na voz de João Guilherme (@joaoguilherm) narrando o jogo pela Fox Sports.

Na hora da virada, estava eu em casa com minhas duas filhas cantando "Vamos virar mengooooo", a mais nova (tinha meses de rubro-negrisse e vida) estava no meu colo. Quando o gol da virada saiu, a mais velha chorando a meu lado e a mais nova olhando fixamente para o gol, e eu gritava gol desesperadamente (a pequenininha no meu colo nem se assustou, só olhava para a comemoração do time). É um momento que nunca esquecerei. Ficará marcado para sempre, junto com Gabigol, Bruno Henrique, De Arrascaeta, Everton Ribeiro, Diego, Gérson, Arão, Jorge Jesus e companhia.

Todos os testemunhos de quem viveu essa data, seja a do ano passado, seja a de 39 anos atrás, sejam ambas, são testemunhos especiais do coração dos milhões de rubro-negros que participaram dessa catarse que finalizava essas epopeias. Todos eles são especiais e devem ser tratados com todo o respeito por todos rubro-negros. Nenhum tem o sentimento maior ou menor que o dos outros, pois cada um é único.

Amanhã seguiremos em busca do desejado Tricampeonato da Libertadores da América, indo a Argentina enfrentar o forte Racing. O desafio é grande, principalmente pelo momento de instabilidade no time que enfrentamos, sem desmerecer o adversário. O sonho do tri segue vivo e buscaremos ele até conseguir conquistá-lo. E quando vier, imediatamente (mesmo que estejamos comemorando o tri) iniciará o sonho do tetra, pois é assim que nós rubro-negros somos. Somos sedentos por títulos, conquistas e catarses coletivas. Nunca queremos ficar tanto tempo sem atingir tais conquistas, mas nunca deixamos de sonhar com elas e buscá-las.

Graças a 23/11/1981, o torcedor do Flamengo está em um eterno "Rumo à Tóquio", mesmo que o mundial não ocorra na capital japonesa. Amanhã é o dia de tentar dar mais um passo em direção à "Tóquio".

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

A Queda! E uma realidade a ser enfrentada.

 

E o Flamengo caiu no Morumbi. Caiu feio, caiu rude. Sem luta, sem garra, sem raça. Um verdadeiro VEXAME que fizeram aos olhos rubro-negros. Para aqueles que esperam a volta do futebol do Flamengo do Jorge Jesus (2019/2020) foi uma ducha de água fria no sebastianismo deles.

O fato é que o Flamengo jogou a temporada fora junto com Domenec Torrent (explico abaixo, pode respirar um pouco), e isso eu já havia escrito no twitter (@ZecaUrubuRei) a um tempo já:






Esses tweets foram após a primeira derrota para o São Paulo (aquele 4x1). E não, não estou dizendo que o trabalho do Domenec era ótimo, mas apenas que era bom diante toda a conjuntura e cenário deste ano louco.

Mas o Dome não se ajudou também ao insistir com Gustavo Henrique na zaga, mesmo com as repetidas falhas dele. Se enfraqueceu perante o grupo de jogadores, que segundo dizem, não eram fãs do sistema batizado de rodízio de jogadores, que percebendo a crescente reclamação de parte da torcida com o resultado do jogo do São Paulo deixaram de acreditar que o sistema do catalão era eficiente.

Dome caiu. Isso é fato consumado! Não tem volta. Mas ainda perdura uma certa soberba dos jogadores pelo que fizeram com JJ e que hoje sentam nesses resultados e pouco tem conseguido fazer pela equipe.

Veio Rogério Ceni (um técnico brasileiro promissor, mas ainda acredito que nenhum técnico brasileiro tem capacidade para fazer esse elenco do Flamengo jogar algo perto do que JJ fez, e tenho minhas dúvidas se conseguem fazer algo perto do que o Domenec fez - que não é muito) e reestabeleceu a "hierarquia" no elenco rubro-negro. Deixou de lado garotos da base que vinham bem, barrou-os para colocar os "graúdos". Talvez até na tentativa de dar responsabilidade aos que precisam se responsabilizar, pelo menos assim imaginei (mas já tenho mudado de opinião sobre isso, já explico).

O time apresentou até 45 minutos de algum bom futebol, mesmo o técnico tendo assumido a pouco mais de 24 horas, ou seja, ao menos para mim ficou claro, havia má vontade do elenco com as idéias do Dome. Nada emerge magicamente.

Mas ficou aí, nesses 45 minutos. Depois o Flamengo começou a reapresentar os problemas de antes no sistema defensivo e agora até na produção ofensiva (que não era problema antes) ficou deficitária, um verdadeiro "arame liso", como batizou o jornalista Mauro Cezar (@maurocezar) na época do Zé Ricardo no Fla (e voltou a usar esse termo ontem após o vexame do Fla).

Culpa do Rogério Ceni então? Em parte sim (pois acho que está tentando não perder o grupo reestabelecendo a hierarquia que tem feito mal ao Flamengo), mas essa parte é muito pequena. Ceni apenas está colhendo os frutos plantados por uma diretoria que voltou a bajular jogadores, por jogadores que acham que ganharam tudo no clube, então nada mais tem a provar e que somem ao ter que dar explicações (exceção necessária a ser citada é o Gabigol), a ponto de após o vexame no Morumbi quem foi dar explicações foi o calouro entre os titulares, Matheuzinho (por isso ele está na foto dessa coluna hoje). Mesmo tendo os capitães Everton Ribeiro e Diego Alves em campo, mesmo tendo Gérson, Arão, Léo Pereira, Arrascaeta, Vitinho, Bruno Henrique, etc, quem foi falar foi o garoto recém subido da base. Esse é o elenco que joga seus jovens aos leões após entrarem em campo e jogarem 90 minutos como derrotados.

A torcida agora começa a falar em barca (citando Léo Pereira, Gustavo Henrique, Lincoln, Hugo, Vitinho, Michael, Arão, etc), mas o fato é que o Flamengo não abrirá mão de nenhum jogador por agora (é o que se espera, pelo menos), pois o prazo de inscrição no Brasileiro está encerrando essa semana e não tem como montar outro time agora. Vamos ir com esse elenco até o fim da temporada, um elenco que é muito bom, mas parece achar que ser bom basta para ganhar tudo na hora que quiser. Ou seja, a soberba está muito presente nele e isso tem estourado nos pés e mãos dos jogadores que não tem o mesmo sentimento de gratidão da torcida pelos títulos conquistados. Esse é o maior desafio do Ceni a frente do Flamengo nessa temporada, recuperar esse elenco, com um futebol que funcione e com a confiança que precisam para seguir em frente.

Perdemos o ano? Também não, mas precisamos mudar nossos parâmetros de análise. Primeira coisa é fazer o elenco entender que precisam sair desse torpor que estão com o time que eles foram e buscar a serem algo que consigam ser agora, pois ficou para trás o que fizeram. Segunda coisa a fazer é buscar os 45 pontos o mais rápido possível, não tá longe, mas não chegamos neles. Terceira, é tentar sobreviver na Libertadores. E quarta, após conseguir atingir os 45 pontos, observar o que ainda é possível alcançar. É calçar os sapatos da humildade, saber que 2019 ficou para trás e que este ano precisa ser jogado como os outros para não cagar com tudo.

Acredito em títulos? Não. Nem mesmo no singular. Agora é uma temporada de controle de danos, se algum título vier, será bônus. Se não fizer o controle de danos prejudica até mesmo a temporada seguinte. Isso se não afetar inclusive a única parte que tem funcionado bem temporada após temporada no Flamengo, a parte financeira, mas isso deixo para outra coluna.

Saudações Rubro-Negras!

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Os desafios de Rogério Ceni no Flamengo

 

E Rogério Ceni já começou a trabalhar no Flamengo. Já são 2 jogos e nada das vitórias voltarem. Mesmo enfrentando o Atlético-GO no Maracanã. Então, quais serão os desafios do Rogério Ceni no Flamengo?

Para começar, voltar a colocar o time no caminho das vitórias. Ceni ainda nem tem uma semana a frente do Flamengo, mas já têm feito escolhas questionáveis na escalação e na montagem da equipe. Sei que muitos rubro-negros estavam muito fulos da vida com o Domenec (afinal o time havia tomado 2 goleadas em menos de 10 dias), mas o trabalho do catalão tinha alguns bons pontos, e um deles era o trabalho com os jogadores da base. Esse foi o primeiro ponto que Rogério Ceni mudou. Assim que chegou reestabeleceu a "hierarquia" de Jesus. Joga quem tem nome, e barrou Natan, Ramon, Hugo, Noga, Thuler, etc. Matheusinho é um caso a parte, pois o Isla está com a seleção chilena e não há outro reserva com nome de algum peso.

Reestabelecer essa "hierarquia" parece ter gerado um problema (que já havia ocorrido com o Dome): o time mostra-se acomodado, sem gana. No primeiro jogo até demonstrou um pouco de vontade, mas logo acomodou-se.

Segundo erro vem em decorrência do primeiro: Colocar Léo Pereira e Gustavo Henrique como titulares absolutos (enquanto Rodrigo Caio está lesionado). Essas duas torres gêmeas já haviam demonstrado com Domenec que não tinham a menor condição de jogarem como titulares, quanto mais juntos! Mostram-se inseguros, lentos, com diversos erros durante as partidas. Dificultam muito a vida do goleiro que estiver na meta rubro-negra (independente de quem seja).

Terceiro erro foi mais de situação de jogo. No primeiro jogo (contra o São Paulo) ele colocou Vitinho substituindo Everton Ribeiro (na seleção) na direita e Michael substituindo Arrascaeta (voltando de lesão) na esquerda. Fez diferente de quem esteve lá antes (tanto Dome quanto JJ), e deu certo! Vitinho jogando muito bem, marcando, roubando bolas, puxando contra-ataques, armando jogadas. Vitinho foi muito bem pela direita. Michael estava bem mais sumido, porém ajudava muito na marcação de seu lado e o São Paulo nada produziu no primeiro tempo do jogo. 

Aí aconteceu que todo mundo esperava: no segundo tempo entrou Arrascaeta no lugar do Michael, e por pouco tempo o time não percebeu a diferença do que ocorria no primeiro tempo, Arrascaeta ainda não tinha começado a marcar como o Michael vinha fazendo, resultado? Pela primeira vez o São Paulo teve liberdade para armar uma jogada em sua meia direita (lado esquerdo defensivo do Fla), aí as Torres Gêmeas falharam pela primeira vez com o Ceni. Léo Pereira não combateu ninguém, Gustavo Henrique não se posicionou bem na linha de impedimento e deu condições para Brenner sair na cara de Diego Alves (que caiu para o lado errado, mesmo que Brenner tenha chutado antes do Diego Alves fazer essa escolha) e chutar rente ao pé do arqueiro rubro-negro (se levantasse o pé pegava).

Um erro coletivo na defesa rubro-negra que colocava o São Paulo na frente em um jogo que nada tinha feito, em que o Flamengo era muito melhor e tinha perdido muitas oportunidades de gol. Essa vantagem durou pouco, pois na jogada seguinte Arrascaeta parece ter acordado e armou a jogada que culminou com Bruno Henrique deixando Gabigol na cara do gol, e o artilheiro não perdoou. Jogo empatado.

Depois do empate o Flamengo ainda foi superior, porém perdeu Diego Alves por câimbra. Entrou Hugo, goleiro da base que até 45 dias antes era a 4ª opção do gol rubro-negro, mas que assumira a bronca nos 10 ou 12 jogos antes (não lembro a quantidade) e segurado a onda e não comprometido nas duas derrotas sofridas até então. Ainda frio, o arqueiro rubro-negro fechou a porta do atacante são paulino e fez uma boa intervenção em mais uma falha das Torres Gêmeas.

Depois Rogério Ceni resolveu mudar de novo. Tirou Gabigol (voltando de lesão) e colocou Thiago Maia, mas essa mudança bagunçou o time todo, pois Thiago Maia entrou no meia direita (alternando com o Gérson na volância), deslocando Vitinho (que vinha muito bem na direita) para a esquerda (que não foi bem) e Arrascaeta para o ataque pela direita. Mudança brusca e que desequilibrou o time.

Ainda sim o Fla controlava a partida, mas o gol não saia. Arrascaeta perdeu uma chance impressionante. E quando o jogo se encaminhava para o fim Léo Pereira (com domínio da jogada ainda que pressionado) faz um recuo MUITO errado para o Hugo (deixando o goleiro mais pressionado ainda) que erra FEIO ao tentar driblar. Um erro NÃO FORÇADO da defesa rubro-negra. Fui achincalhado no Twitter por defender que o Léo Pereira errou muito FEIO e o Hugo errou pela primeira vez de forma bizonha! Mas a FlaTT já tinha escolhido seu CULPADO, e era o goleiro Hugo (já tinha torcedor falando que ele não poderia mais vestir o manto, um absurdo esse pensamento). Até o Pedrinho (do Sportv) falou desse erro - https://globoesporte.globo.com/sportv/programas/troca-de-passes/video/pedrinho-fala-da-mudanca-tatica-no-futebol-e-diz-que-informacoes-antigas-aos-jogadores-eram-lixo-9023041.ghtml.

Com essa sucessão de erros, perdemos. Mas teve muita gente que terminou a partida de cabeça cheia, mas com uma ponta de esperança. Achando que o time já tinha melhorado horrores! Como mágica!  E que o culpado de termos perdido era um goleiro vindo da base, colocado na fogueira de uma defesa horrível. A culpa era EXCLUSIVA do Hugo.

Desculpem-me, mas não foi o jogo que eu vi. O jogo que vi mostrou um time um pouco mais compacto (principalmente no primeiro tempo), mas que precisa ainda ser muito bem trabalhado em seu sistema defensivo e melhorar a movimentação ofensiva. Mas tínhamos um bom sinal, Vitinho tinha jogado muito bem pela direita.

Rogério Ceni só precisava melhorar os posicionamentos defensivos, ajustar o time com Vitinho pela direita e Arrascaeta pela esquerda (quando Everton Ribeiro voltasse, Vitinho seria seu reserva imediato), e precisava repensar a dupla de zaga, as Torres Gêmeas demonstraram que não podiam estar em campo, ainda mais juntas.

Porém, ao ver a escalação contra o Atlético-GO (com as Torres Gêmeas, com o trio de volantes e com Vitinho na esquerda - formação bagunçada do fim do jogo anterior) já vi que teríamos dificuldades.

Confesso que não vi o jogo. Sábado a noite tenho um programa familiar do qual não abro mão. Flamengo é importante? É, mas minha esposa e filhas são bem mais. E por mais que sejam rubro-negras (esposa em processo de rubro-negrização), esse programa de sábado a noite não é futebol e nem seria por causa desse calendário louco.

Acompanhei um pouco a repercussão no dia seguinte no Twitter, vi os melhores momentos, vi as análises jornalísticas e dos rubro-negros que fazem algumas análises boas de jogos, como o Téo Benjamim (@teofb) fez no Telegram. Percebi que o Fla fez um primeiro tempo fraco (esperado pelo que tinha visto no segundo tempo do jogo anterior) o Rogério Ceni trocou no segundo tempo o Gustavo Henrique pelo Natan, mas o colocou na direita da defesa (que joga geralmente na esquerda). Mas o Léo Pereira sozinho demonstra como está lesivo a qualquer sistema defensivo (não demonstra condições de jogar como titular atualmente, dois jogos seguidos errando de forma bizonha), bastou um erro de passe no ataque (Thiago Maia errou passe no meio, quando o melhor seria ter passado para o Matheusinho) para a bola ser rifada para o ataque do Goianiense e ter Léo Pereira no mano-a-mano falhando mais uma vez, para o gol sair. Porém, misteriosamente, o culpado de não ganharmos é o Lincoln.

Sim, eu sei que ele perdeu um gol bizonho. Deveria ter feito. Era um gol que não se perde. Mas sem o gol bizonho que tomamos, esse gol perdido não faria falta. Não estou passando pano no Lincoln, errou feio (e não é a primeira vez que perde gols assim, mas como falei aqui, o Arrascaeta também errou no jogo passado, Bruno Henrique, Gabigol e outros também erraram em outros jogos). O fato é que temos perdido (ou não ganhado) jogos por tomar gols de formas absurdas (contra o Inter, São Paulo - 2x -, Atlético-MG e, agora, Atlético-GO), o sistema defensivo está muito exposto e o sistema ofensivo tem começado apresentar falhas. Enquanto procurarmos os culpados apenas nos últimos lances dos jogos não conseguiremos evoluir. Os 2 jogos como um todo tem apresentado falhas defensivas graves (como sistema defensivo mesmo), e ainda tem contado com uma dupla de defesa (Torres Gêmeas), desde a chegada do Rogério Ceni, que coloca os goleiros em cheque o tempo todo.

O que posso dizer é que, nesses 180 minutos jogados sob o comando de Rogério Ceni, tivemos 45 minutos muito bons (primeiro tempo contra o São Paulo) em que não terminamos eles ganhando. Já falei anteriormente, aqui e no twitter, Rogério Ceni é a melhor aposta em um técnico Brasileiro que um time poderia fazer, mas acredito que não há, ainda, um técnico brasileiro capaz de fazer o Flamengo jogar o que consegue, e isso inclui o Rogério Ceni. 

Ele é uma aposta, assim como o Domenec também foi aposta, e a meu ver não estava tão errada assim, mas a comparação com JJ foi massacrante em cima dele, e ele insistiu em seus erros e em não arrumar o sistema defensivo. Mas acho que era o suficiente para conseguir se impor sobre a maioria dos times do brasileirão, e talvez isso fosse suficiente. Talvez não. Agora é torcer e acreditar que o Rogério Ceni será capaz de melhorar o time, mas não será de forma mágica. E com as Torres Gêmeas na defesa, nem com magia dará.


SRN.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

E o novo técnico do Flamengo é...

 Não, não é o senhor Waldemar. É o Rogério Ceni.

E agora? Como vai ser? Como o Flamengo vai jogar? Tudo depende de tempo, um tempo que o Rogério  Ceni não tem. Já chega e tem jogo eliminatório toda semana, e briga pela ponta do Campeonato Brasileiro.

Então o que a torcida do Flamengo precisa entender neste momento é que o Rogério Ceni precisa de tempo para acertar a equipe, treinar o time, acertar posicionamentos e enquanto isso ele VAI ERRAR! Assim como também vai acertar. Mas ele precisa que a torcida do Flamengo entenda que ele vai errar, não em tudo, mas vai errar. Faz parte dos acertos a serem feitos. Vai testar soluções e, assim como vai acertar, ele vai errar. Não existe solução mágica, até o Jorge Jesus errou.

Se ele vai conseguir ajustar tudo, só o tempo dirá. Um tempo que não existe, mas só esse inexistente tempo dirá.

Particularmente, não era favorável a nenhum técnico brasileiro como solução, pois acho que nenhum tem o que a torcida quer e precisa hoje. Mas também sei que nenhum estrangeiro conseguiria fazer essa mágica. Então Rogério Ceni, diante deste cenário, era a melhor opção entre os técnicos brasileiros. Só teria feito um contrato até o fim da temporada atual. Depois fazia uma análise do que ocorreu na temporada e se for o caso renovaria com aumento de salário.

Porém, pelo menos da minha parte, terá apoio e paciência.

Saudações Rubro-Negras!